O futuro do planeta está sendo discutido na Conferência do Clima de Paris. Líderes de mais de 150 países têm o desafio de impedir que a temperatura do planeta aumente mais que 2ºC, sem prejudicar a indústria e a economia mundial. Segundo os organizadores, é a maior reunião de líderes mundiais de todos os tempos. São primeiros-ministros, presidentes, reis e príncipes cheios de boas intenções.

Mas o que é a COP21?

A COP21 é a 21º “Conferência das Partes”, ou simplesmente COP. É o principal órgão decisório da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), adotada em 1992, após a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, que ficou mundialmente conhecida como ECO-92.

Na ocasião, a Convenção-Quadro sobre o clima foi criada para entender e encontrar soluções para as alterações climáticas. Os cientistas estavam muito preocupados em relação às anomalias observadas nos dados de temperatura, que indicavam uma tendência de aquecimento global resultante das atividades humanas no meio ambiente, as chamadas razões antrópicas.

Qual é a meta para este ano da COP21, em Paris?

O objetivo da COP21 é simples: chegar a um amplo e ambicioso novo acordo mundial capaz de frear os efeitos das mudanças climáticas e garantir o futuro da humanidade. Segundo os cientistas, este novo acordo deverá limitar a 2 graus Celsius (°C ) o aquecimento global até 2100. Passado este ponto, as emissões de gases do efeito estufa entrarão em um círculo virtuoso cujos efeitos serão impossíveis de deter, como por exemplo o aumento do nível dos oceanos.

Todos os presentes na Conferência, que acontece em Le Bourget, no subúrbio de Paris, concorda que é preciso evitar isso. Como fazer é que é o problema. Há divergências sobre a rapidez e a intensidade com que os países devem cortar a emissão de poluentes e se as medidas devem ser obrigatórias ou voluntárias.

A presidente Dilma Rousseff, em seu discurso, comentou a tragédia em Mariana, Minas Gerais: “A ação irresponsável de uma empresa provocou recentemente o maior desastre ambiental da história do Brasil, na grande bacia hidrográfica do Rio Doce. Estamos reagindo ao desastre, com medidas de redução de danos, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências, e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia”.

A negociação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento na adoção de ações para conter o aquecimento global terá desafios, mas os brasileiros estão otimistas. “Uma COP21 de sucesso é termos um acordo robusto, justo equilibrado e ambicioso. Esse é o nosso objetivo”, disse o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério de Relações Exteriores (MRE), negociador brasileiro para a mudança do clima.

E segundo o sub-secretário, a proposta individual do Brasil para conter o aquecimento global é reduzir em 37% as emissões de gases do efeito estufa do País em relação ao ano de 2005. O País também se propõe a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

No campo da energia, o Brasil assume como meta a expansão do uso de fontes renováveis (como energia eólica, fotovoltaica, biomassa e biocombustíveis) em sua matriz energética, dos atuais 28% para 33%, até 2030. Isso sem contar com a parcela da energia hídrica.